Visualizações de página do mês passado

domingo, 28 de novembro de 2010

Abraço Coletivo - a volta do povo à praça

foto: Eduardo Seidl - abraço coletivo ao final de uma hora de montagem da geodésica

Foi um dia diferente o 27 de novembro. Desde terça-feira, 23, as nuvens cobriram o céu de Porto Alegre e assim também foi o domingo dia 28. Mas o sábado foi de céu azul, sol forte e nenhuma nuvem no céu. Foi com um dia de intensa energia que a Volta do Povo à Praça teve sua primeira edição. As ações tiveram seu início pouco depois das sete horas da manhã com a retirada dos materiais e equipamentos de dentro do Quilombo do Sopapo para que os espaços fossem montados na praça.
foto: Eduardo Seidl
foto: Eduardo Seidl
Junto ao muro, que durante o dia teriam grafites e frases sendo pintadas, o levante popular da juventude montou sua serigrafia e local de oficina de muralismo. O grupo estava com quase vinte jovens que trabalharam com telas de serigrafia e moldes de stencils feitos em chapas de raio X. Produziram mais de cem estampas em camisetas. O movimento teve quase 10 horas de produção e de interação. A criançada se destacou nesta troca.
O levante também tocou as oficinas que resultaram nas artes do muro do condomínio vizinho à praça e também de parte da casa que fica no centro deste espaço público. Esta atividade deixou registros permanentes da ação e da participação da comunidade na Alexandre Zachia e também em movimento pelas ruas do Cristal e de Porto alegre que circulam nas camisetas de crianças, jovens e adultos das comunidades.
No entorno da casa, no centro da praça, foram localizadas bancas para a feira de troca de livros com o Clube de Mães do Cristal que também durante a tarde fez uma atividade de contação de histórias na sombra de uma das árvores, que te convidam para uma prosa e um mate no dia tão ensolarado. A FASC durante a manhã na sua banca tirou dúvidas da comunidade com relação ao bolsa família e teve a companhia da Secretaria de Direitos Humanos que estava lançando a campanha contra a exploração sexual infantil.

foto : Eduardo Seidl - feira de troca de livros promovida pelo Clube de Mães do Cristal

A concentração de árvores no entorno da casa foi o convite para abrigar os educadores da Fundação Iberê Camargo que atraíram mais de 50 crianças que passaram o dia fazendo desenhos, adesivos e pinturas. Entre os educadores, o David, também participou com sua viola do palco montado dentro da geodésica e que durante toda a tarde sonorizou a praça com grupos locais e convidados.

foto: Eduardo Seidl - Oficina dos educadores da Fundação Iberê Camargo

foto: Aranha -Grupo da Casa de Nazaré
A música chegou pela avenida Chuí, com a Banda da Elpídio Paes que caminhou da escola até a praça, e sob o sol das 11h tornou-se a atração de todos os presentes. Ao final da sua apresentação, parte dos integrantes, formou o grupo de mais de 20 pessoas para em mutirão erguerem a Geodésica, estrutura em bambú que no janeiro de 2005 criou uma marca nos Fóruns Sociais Mundias pelo Acampamento Intercontinental de Juventude. Naquele ano 14 destas estruturas criaram espaços para atividades, bibliotecas, áreas culturais.
foto: Aranha - David ao violão
Uma destas geodésicas se encontra no Quilombo do Sopapo e cada montagem desta estrutura é uma celebração coletiva, de distintas gerações, de mulheres, homens e crianças, enfim, uma montagem que leva uma hora e meia e se faz na solidariedade, na harmonia de ritmos diferentes e interdenpendentes.
Esta estrutura foi a cobertura  do palco para as apresentações musicais da tarde do dia 27 de novembro, e como estamos no Rio Grande do Sul, o que cobriu a Geodésica foram tecidos nas cores azul e vermelho, num belo GRENAL.
foto: Aranha - Central Social RS
Na tarde passaram pelo palco o grupo de crianças da Casa de Nazaré, David, Richard Serraria, Central Social  RS, Unirrevolência e Carlinhos que recitou um poema de sua autoria sobre  crianças de rua. Também se manifestaram as entidades que organizaram A Volta do Povo à Praça e que fazem parte do grupo de trabalho do Fórum de Segurança da Região Cristal.
foto: Aranha - Richard Serraria
Toda a estrutura do evento foi instalada e oferecida pelos grupos que organizaram a festa. Uma demostração de ação comunitária que contará com outras edições e que buscará novos apoios para tornar ainda mais diversificada e intensas as próximas atividades.  

Outro legado desta primeira edição é a passagem da casa que há no centro da praça para a administração do grupo de trabalho, sendo que as chaves ficaram na sede do Quilombo do Sopapo. Estas casas existiam em várias praças de Porto Alegre e hoje estão praticamente todas demolidas por determinação das últimas duas gestões municipais. A da praça Alexandre Zachia era reinvidicada para a instalação de um posto policial numa lógica de prevenção à violência pela repressão.
foto: Leandro Anton  Casa que estava para ser demolida
Com esta ação da Volta do Povo à Praça a casa tem como projeto torná-la um local de atividades socioculturais e recreativas. E nela já há uma marca desta perspectiva da prevenção à violência pela ocupação do espaço público com as manifestações artísticos culturais da região e a linguagem de seu povo como podem ser vistas na foto ao lado e abaixo.



foto: Leandro Anton
Que venha a próxima A Volta do Povo à Praça e que isto torne-se o cotidiano superando o evento.

post: Leandro Anton



sábado, 27 de novembro de 2010

A Volta do Povo à Praça

O Fórum Regional de Justiça e Segurança  da Região Cristal iniciou em setembro um grupo de trabalho para identificar iniciativas que mobilizassem a comunidade para a ocupar os espaços públicos das ruas e assim manifestar uma prática de prevenção à violência a partir de ações comunitárias culturais, colaborativas e solidárias. Este grupo de trabalho priorizou neste momento uma ação comunitária de revitalização da praça Alexandre Zachia que fica entre as avenidas Chuí, Capivari e Ibicuí. 
O resultado deste ação começou a ter visibilidade com melhorias nas condições da praça, pinturas nos brinquedos, trocas de telas das quadras e estudos para as soluções de drenagem que estão sendo executadas pelo município. Porém, para dar visibilidade a articulação comunitária desta iniciativa o grupo de trabalho marcou uma Ação comunitária de atividades culturais e sociais entre os diversos integrantes do fórum, associações de moradores, condomínio, escolas, centros comunitários, organizações não governamentais, artistas e movimentos sociais conjuntamente.



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Volta do Povo à Praça

Neste sábado dia 27 de dezembro estaremos participando da atividade A Volta do Povo à Praça. Esta ação faz parte da articulação do Fórum de Justiça e Segurança do Cristal que é coordenado por Lenemar Bastos da Icaraí II. Desde setembro deste ano foi tirado um grupo de trabalho neste fórum para pensar uma ação na praça Alexandre Zachia, que fica em frente ao Quilombo do Sopapo. Durante três meses foi pensada a atividade e que se realizará neste sábado.
Segue abaixo o cartaz e a programação do dia. Também todas as organizações e entidades que contribuíram para a Volta do Povo à Praça. teremos shows, oficinas, serigrafia, montagem da geodésica e informações sobre programas sociais e campanhas.


Venha para a praça Alexandre Zachia neste sábado a partir das 9h e curta uma das atividades que estarão rolando até às 22h deste dia 27.

post: Leandro anton

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cine Sopapo todas as quartas

 
Iniciou na quarta-feira, 17 de novembro, o Cine Sopapo. Esta iniciativa dá início a programação de um dos cinco espaços de atividades do Quilombo do Sopapo, no caso a sala de cinema. A programação destes primeiros dois meses de funcionamento foi feita pelo projeto de Territórios da Paz e é coordenada por NegroÉ (Everton Marinho) e André.
A sala foi resultado do projeto Economia Solidária na Prevenção à Violência (cobertura) e do projeto interações estéticas - residência artística "Arte Bioconstruída" executado pelo Casa Tierra durante o verão deste ano. Esta residência artística desenvolveu toda a ambientação do espaço durante um mutirão em março registrando nas paredes da sala mosaicos e pinturas que podem ser observados nas fotos da primeira sessão da tarde.
A abertura do cine sopapo contou com a participação dos educardoes da Fundação Iberê Camargo que levaram um grupo de crianças da AMAVITRON, Associação de Moradores da Vila Tronco, localizada na Grande Cruzeiro, comunidade esta que faz parte do Território de Paz. A sessão teve o filme Kiriku e a Feiticeira e após um bate papo com o público.
Durante os meses de novembro e dezembro todas as quartas-feiras ocorrerão sessões às 16 e 19h sempre finalizando com um bate papo sobre as temáticas que os filmes irão apresentar na tela do Cine Sopapo.

  Sala em montagem                             Fotos: Leandro Anton





 Primeira sessão às 16h filme Kiriku e a feiticeira  Fotos : Saionara Silva

 Programação das quartas-feiras dos meses de novembro e dezembro. Sessões Às 16h e às 19h.



terça-feira, 23 de novembro de 2010

Estão abertas as incrições para as oficinas de HIP-HOP DIDÁTICO no Circuito Interações em BH


As oficinas – que fizeram muito sucesso na etapa de Recife – também vão ser realizadas no Circuito Interaçõe Estéticas de Belo Horizonte, de 26 a 28 de novembro, na sede da Funarte MG. Confira abaixo qual delas mais se identifica com você e increva-se através do email  interacoesesteticasbh@gmail.com. São poucas vagas, corra!
 A foto abaixo é da oficina de Hip-hop Didático.

 

Oficina de Hip-hop Didático

 Artista: Ricardo Sória
A oficina é realizada em sistema de workshop de produção musical, incluindo basicamente estas três etapas: apresentação do projeto, proposta e equipamentos; oficina de produção textual e musical duma faixa didática e mixagem e finalização da música em mídia digital.
data: 28/11, de 10h às 12h.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

BELO HORIZONTE confirma presença do Projeto Música Didática como Instrumento de Transformação


Projeto Música Didática como Instrumento de Transformação está na grade de programação do Circuito Interações Estéticas - Belo Horizonte, MG.


A ação que foi desenvolvida dentro do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, agora transcende as dependências do Quilombo e chega a grade de mais um grande evendo brasileiro.

Depois de passar por São Paulo e Recife, o Circuito Interações Estéticas chega a Belo Horizonte. O evento vai se realizar de 26 a 28 de novembro na sede da Funarte MG – Rua Januária, 68 – bairro Floresta, Belo Horizonte.

O Circuito Interações promove a divulgação de contemplados do prêmio Interações Estéticas – Residências Artísticas em Pontos de cultura e convidados pelo Brasil. Artistas como Araçá Blu e Jorge Mautner farão apresentações no evento. Não perca!

A oficina musical didática, ministrada por Ricardo Sória - Central Social RS, ocorrerá no dia 27. Mais informações no site do evento:http://www.funarte.gov.br/interacoesesteticas/



sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Câmera Gigante

 

O dia da criança de 2010 foi diferente para o Movimento Sem Terrinha e para as crianças moradoras do Morro Santa Tereza em Porto Alegre.

As crianças do campo vieram conhecer a história das crianças da cidade. Histórias de vida diferentes? Nem tanto. Todas elas crescem inseridas num cotidiano de luta por direitos tão básicos, e ao mesmo tempo tão difíceis de se garantir. Moradia, educação, espaço de convívio comunitário, entre outros.

Entre estes tantos direitos está a memória como peça fundamental para a constituição da identidade do indivíduo e do grupo social. A memória é ferramenta indispensável para que as novas e próximas gerações, saibam dos esforços feitos hoje para o bem estar no futuro.
O Movimento o Morro é Nosso é isto.
O Movimento Sem Terrinha também.

O Movimento Sem Terra já sofreu durante anos a experiência das interpretações e desinformações dos meios de comunicação. As histórias que preenchem os espaços noticiosos estão, quase na totalidade, unificadas numa versão contrária a que vivem.
A câmera pinhole gigante foi montada com tubos de PVC e lona plástica preta, utilizada para levantar acampamentos do Movimento de Trabalhadores Sem Terra. A experiência fotográfica reuniu quase 500 crianças.

A intenção da educação fotográfica é fazê-los autores desta produção de narrativas em imagens. Promovendo a experiência suficiente para que saibam fazer, absorvam como prática cotidiana, mas também que sejam hábeis críticos dos trabalhos turvos que não compatibilizam com a sua própria visão.

A fotografia é fundamental neste processo histórico e comunicacional. Por transmitir a mensagem formulada pelo autor, fotógrafo, mas também carregar detalhes primários, símbolos, sinais, que possibilitam o resgate de outras lembranças, ativam o imaginário e propulsionam as conexões.

Na prática desta atividade, as centenas de Sem Terrinhas que vieram ao Morro Santa Tereza no dia da criança estavam com câmeras fotográficas compactas que circularam entre mãos e olhares distintos. Uma real e direta memória coletiva. Uma oportunidade para eles instigarem o olhar e a percepção.


Didaticamente, a câmera gigante do Morro Santa Tereza desmistificou a noção de fotografia industrial. A fotografia está fisicamente em nosso entorno. Ela está constantemente sendo construída em nossa mente, ao olhar algo que desencadeie um raciocínio. A fotografia não precisa necessariamente de um botão em um equipamento movido a pilhas.

Os vídeos aqui postados mostram um pouco do que aconteceu neste dia. No primeiro, a câmera gigante com as exclamações e interrogações previstas. Já a produção fotográfica montada no segundo vídeo, também pode ser vista com mais tempo no www.flickr.com/photos/semterrinhas.

Os agradecimentos são para todos que estiveram envolvidos e presentes na grande festa. Especialmente para a Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta Favela, Coletivo Catarse, FestFotoPoa, lideranças e moradores das comunidades do Morro Santa Tereza. Aos fotógrafo Leonardo Melgarejo e Luiz Abreu. Ao Movimento Sem Terra. Aos participantes do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo.
Esta iniciativa simultaneamente se inspira e fortalece
a política de Pontos de Memória Fotográfica.

Texto e vídeos: Eduardo Seidl

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

QUILOMBO DO SOPAPO participa do Encontro de Realizadores de Audivisual promovido pelo Canal Futura - RJ



Em encontro nacional promovido pelo Canal Futura, no Rio de Janeiro, o Quilombo do Sopapo se fez representado por Diane Barros, e, Ricardo Sória. O encontro abordou diversos temas relativos a produção audiovisual, em especial sobre o padrão técnico almejado pela emissora para veiculação de programas realizados por entidades produtoras de vídeo.

Entre as diversas atividades do encontro, destacamos o painel elucidativo acerca da lei 9610 /98, apresentado por Dagoberto Chaves - coordenador jurídico da Fundação Roberto Marinho. Chaves destacou as premissas da lei que regulamenta os direitos autorais de imagem e som e as obrigações que os produtores devem atentar a fim de não entrarem em desconformidade com a lei.

Durante o evento, ocorrido nos dias 28 e 29 de outubro, também foi proporcionada uma visita a sede do Canal Futura, situado na Rua Santa Alexandrina, 366, no bairro Rio Comprido, capital carioca.

Cerca de 20 entidades, de todas as macro regiões brasileiras Participaram do encontro: Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo (Porto Alegre, RS), ASA – Articulação no Semi-Árido, A Câmara Clara – Instituto de Memória e Imagem (Florianópolis, SC), A Saga Audiovisual e Cidadania (Igarassu, PE), Associação Cultural Alquimídia / Pontão Ganesha (Florianópolis, SC), Catavento Comunicação e Educação (Fortaleza, CE), CEAPS – Projeto Saúde e Alegria (Santarém, PA), Centro Artístico Cultural Belém Amazônia/ Rádio Margarida (Belém, PA), Centro de Documentação e Comunicação Popular – CECOP (Natal, RN), Associação Encine (Fortaleza, CE), Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu (Rio de Janeiro, RJ), Estimativa – Associação Brasileira do Bem Estar Social, Turismo, inclusão Social, Cultural e Meio Ambiente (Rio de Janeiro, RJ), Grupo de Informática, Comunicação e Ação Local – GIRAL (Glória do Goitá, PE), Oficinas Querô (Santos, SP), SOMOS – Comunicação, Saúde e Sexualidade (Porto Alegre, RS), Trilha Cidadã – Associação de Promoção Humana e Cidadania Juvenil (São Leopoldo, RS).

Por fim, foi esquematizada uma ação conjunta de produção de documentários, quando ficou acordado que o Quilombo do Sopapo irá fazer as trilhas sonoras de dez filmes e a execução completa de uma obra. Todos os filmes serão realizados de maneira associada entre as diversas entidades, um trabalho em rede, numa parceria solidária. Os temas abordarão temas relativos ao trabalho.

postado por: Ricardo Sória