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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A continuação... Buracos de Agulha


No dia 1º de setembro de 2011, uma turma começou um novo ciclo de oficinas de fotografia no Quilombo do Sopapo.  A idéia é dar sequência ao trabalho com fotografia, que no início do ano publicou o livro Imagens Faladas. Uma nova turma, novos olhares, diferentes perguntas.

Dia 8 de setembro, a primeira oficina prática, começou com a montagem dos  pinholoscópios. Uma ferramenta simples, manual, direta, para o começo da compreensão. Era necessário desconstruir a relação da gurizada com a a tecnologia digital. Sem botão, sem bateria, nem mesmo manivela.

Foto Eduardo Seidl/Quilombo do Sopapo
Foto Eduardo Seidl

Foto Leandro Anton/Pinhole em Caixa de Fósforo
No primeiro sábado de sol, a turma começou experimentando a câmera fotográfica em caixa de fósforo, a Pinlux! Foi uma forma de, depois de revelada a película, incentivar mostrando que é possível. Existe vida fotográfica fora dos equipamentos industrializados.

Foto Leandro Anton/Pinhole em Caixa de Fósforo apoiada no portão
Depois de vermos a fotografia projetada dentro do Pinholoscópio, de vermos nosso retrato em grupo capturado por uma caixinha de fósforo manufaturada. A proposta foi mergulharmos em uma técnica que não foi utilizada durante o ano de 2010. A pinhole em tubo plástico de bobinas de película 35mm. Um tubo, um orifício e um pedaço de papel fotográfico. Uma prática mais lenta. Uma foto por saída, o processo do laboratório preto e branco. A sensação de envolvimento é nítida, a luz vermelha, envelopes de papel, submergir o retalho no revelador e ver a fotografia surgir como num suspense.

Foto Eduardo Seidl/ Oficina de pincel de luz e pinhole em tubos plásticos.
Os tubos plásticos são estes sobre a mesa. Uma proteção de fita isolante vai sobre a tampa, para evitar possíveis vazamentos de luz. A base é para dar mais estabilidade às longas exposições no ato fotográfico. Mas como compreender que um pedaço de papel, escondido no escuro do tubo plástico, vai perpetuar uma imagem que está no lado de fora?
O Pincel de Luz é feito com papel fotográfico exposto à luz. Este papel está com o preto total, ocultado nos cristais de prata. Com um pincel como ferramenta, a proposta é desenhar sobre este papel usando como "tinta" o revelador Dektol, específico para a revelação de fotografias P&B. A sensação imediata é de frustração, quando ao passar o pincel nada acontece, além de molhar. Esta frustração é imediatamente tomada pela surpresa de ver surgir uma graduações de cinzas até o preto. A mágica está revelada. vamos à prática.

Pincel de luz do Cleoson. Ganas de ver!

Pincel de Luz de Wesley . Uma estranha figura aparece, lá vem o pato patatipatacolá!

Pincel de Luz do Cleoson. A galera tá ligada, para quê(m) serve a TV?

Os tubos fotográficos em ação. Cada um está fotografando um quadro que inclui o outro tubo.

Uma câmera naturalmente ótima para macrofotografia.

Em seguida o laboratório. Momento de revelar o erros e acertos.

Laboratório improvisado no banheiro do Ponto de Cultura.
Cada participante teve 9 papéis para fotografar. O início é um teste, tentar tempos distintos em situações variadas de luz. O processo de calibragem da câmera. Ou, uma forma de afinidade do fotógrafo com sua câmera. Uma relação pessoal, cada tubo é diferente do outro. A folha de fotografias abaixo é do Paulo Leonardo. ele buscou os planos gerais. Se concentrou em fotografar a casa do Ponto de Cultura. Registrando as formas, os grafites, etc. Como primeira experiência, rendeu muito.

Folha de fotografias pinholes do Paulo Leonardo. Destaque nos tubinhos.
Um destaque entre as fotografias, selecionado pelo próprio Paulo, está ai embaixo para deslumbre dos leitores.

Pinhole de Paulo Leonardo. Fachada do Quilombo do Sopapo.
Segundo Paulo, ele escolheu esta foto pois, "Ela se criou bem. Ficou bonita a fachada da casa". Para Paulo Leonardo, a fotografia é 'Suspense' por quê a dúvida acompanha todo o processo. Na hora da exposição, escolheu um tempo, 10 seg.. Aqueles 10 segundos foram os mais longos de sua vida. Aproveitados na íntegra. Ao fechar o tubo, depois da exposição, o caminho até o laboratório foi de suspense, por ver o que tinha se sucedido. Ao colocar a folha no revelador, mais alguns longos segundos, para que se iniciasse o escurecimentos do seu quadro e a felicidade pura tomasse conta.
Esta nova edição do projeto fotográfico do Quilombo do Sopapo continua até o final do ano. Outras reportagens fotográficas surgirão. Estamos apenas começando. Há mais para contar, continuamos no próximo post.

Texto: Eduardo Seidl e Paulo Leonardo

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